Duas pessoas foram presas em Cabo Frio suspeitas de envolvimento em um esquema de fraude no recebimento do auxílio-emergencial – benefício pago pelo governo federal a pessoas em situação vulnerável por conta da pandemia de Covid-19.
Também foram cumpridos pela Polícia Federal mandados na capital do Rio de Janeiro. Ao todo, foram expedidos 12 mandados de prisão no âmbito da Operação "Et Caterva", que investiga as fraudes no auxílio e em precatórios judiciais.
Além de Cabo Frio, onde foram presos uma servidora da Caixa Econômica e um advogado, e no Rio, equipes da corporação também foram a endereços em Iguaba, na Região dos Lagos e em Campos dos Goytacazes, onde há um mandado de prisão contra um casal que ainda não foi localizado.
'Et Caterva'
A ação da PF no Mato Grosso contou com o apoio da Caixa Econômica Federal e a participação de cerca de 300 agentes em todo o Brasil.
Os policiais foram às ruas para cumprir 12 mandados de prisão e 77 ordens de busca e apreensão e sequestro de bens. Também foram expedidas pela Justiça nove medidas de suspensão do exercício da função pública.
Os mandados foram expedidos pelo Juiz da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Cuiabá (MT), para serem cumpridos no Mato Grosso e em outros 11 estados brasileiros.
As investigações, segundo a PF, mostraram que os auxílios e precatórios eram desviados pela organização criminosa para outras pessoas envolvidas no esquema.
Os investigadores suspeitam que crimes envolvam R$ 13 milhões em precatórios judiciais e mais de R$ 2,7 milhões em tentativas de saques do auxílio em várias regiões do país.
A investigação também apontou que a quadrilha cooptava servidores da Caixa, que entregavam informações sobre precatórios à disposição para saque.
Os policiais constataram, ainda, a participação de um servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso, advogados e funcionários públicos.
Como funcionava
A polícia detalhou que o esquema funcionava com a produção de documentos falsos, criados a partir de dados dos beneficiários dos precatórios e fotografias dos golpistas. Com isso, os suspeitos iam aos bancos e faziam os saques.
Depois que eles conseguiam levantar o valor de precatório, o total era distribuído por várias contas, para tentar ocultar a origem do dinheiro.
Assim que a Caixa suspendeu, temporariamente, o pagamento de precatórios, os criminosos foram atrás do auxílio-emergencial. A PF conseguiu apurar que foram feitos 1.570 saques de benefícios, entre os meses de abril de 2020 e março de 2021.
O nome da operação –"Et Caterva" –, em latim, é uma expressão pejorativa que dá a ideia de um grupo de comparsas.
FONTE: CAMPOS 24 HORAS