Policiais e manifestantes entraram em confronto em Myanmar nessa terça-feira (9), no dia mais violento de protestos contra o golpe militar que derrubou a líder Aung San Suu Kyi, eleita em novembro. Um médico disse que uma mulher provavelmente não sobreviveria a um tiro na cabeça.
Mais três pessoas estavam sendo tratadas por ferimentos de supostas balas de borracha, depois que a polícia disparou tiros, principalmente para o ar, e usou canhões de água para tentar afastar os manifestantes na capital Naypyitaw.
A televisão estatal informou que policiais ficaram feridos durante as tentativas de dispersar os manifestantes -- o primeiro reconhecimento dos protestos ocorridos no país.
Os incidentes marcaram o primeiro episódio de violência desde que os militares, liderados pelo chefe do Exército, general Min Aung Hlaing, derrubaram o governo de Suu Kyi, em 1º de fevereiro, e a detiveram juntamente com outros políticos da Liga Nacional para a Democracia (NLD).
Os militares alegaram que a NLD venceu por fraude - uma acusação rejeitada pelo comitê eleitoral e pelos governos ocidentais.
Na noite de ontem, a polícia de Myanmar invadiu a sede da NLD em Yangon, disseram dois parlamentares eleitos do partido.
A operação foi realizada por cerca de uma dezena de policiais, que invadiram o prédio na capital comercial depois de escurecer, segundo eles.
A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu às forças de segurança de Myanmar que respeitem o direito das pessoas de protestar pacificamente.
"O uso de força desproporcional contra os manifestantes é inaceitável", disse Ola Almgren, representante da ONU no país.
FONTE: AGÊNCIA BRASIL