Precisamos falar sobre o técnico Cuca.
Você pode até encontrar defeitos - que existem, é claro -, mas o trabalho do treinador à frente do Peixe é exemplar. Nos últimos dias, a forma como Cuca conduziu a preparação do Santos foi decisiva para a equipe golear o Grêmio por 4 a 1, na Vila Belmiro, com dois gols de Kaio Jorge, um de Marinho e outro de Lárcio, e se classificar para a semifinal da Libertadores após oito anos.
E isso começou no último fim de semana. Ciente do desgaste físico de seus principais jogadores e do peso que o confronto com o Flamengo, no Maracanã, teria, Cuca decidiu poupar quase todos os titulares no Campeonato Brasileiro - só Alison, Sandry e Madson (por causa da lesão de Pará) começaram jogando domingo e nesta quarta-feira. Ali, Cuca correu um risco calculado. O técnico sabia que havia a chance de o Santos ser goleado pelo Flamengo, como realmente aconteceu. Mas sabia, também, que o dano seria muito maior se algum de seus titulares se lesionasse no Maracanã. Havia, também, a possibilidade de uma queda psicológica. O Peixe poderia ser goleado mesmo com seu time principal. Antes do jogo mais importante do ano.
Depois da derrota por 4 a 1 para o Flamengo, Cuca disse:
– Responsabilidade desse jogo é do treinador, que põe time em campo. Não me arrependo e faria de novo independentemente do placar. Preciso da melhor condição possível na quarta. Tivemos viagem, jogo desgastante hoje contra equipe que só está envolvida no Campeonato Brasileiro... Desgaste seria maior na quarta. Não tenho certeza de ganhar quarta, mas tenho certeza de desgaste menor. Temos que saber administrar essa derrota.
Agora, Cuca já tem certeza da vitória na quarta-feira. E tem certeza, também, de que sua estratégia deu certo. Mesmo sem entrar em campo no domingo, Marinho precisou ser substituído no segundo tempo do jogo contra o Grêmio com dores musculares. Felipe Jonatan e Jobson, que haviam jogado 45 minutos no Maracanã, também pediram para sair. Neste caso, poupar seus principais jogadores no fim de semana e correr o risco de ser goleado não era uma receita de bolo. O Santos poderia ser eliminado para o Grêmio? Poderia, claro! Mas não foi. E, no futebol, não podemos trabalhar com "e se...".
Assim como em diversas ocasiões desde quando chegou ao Santos (na condução do caso Lucas Veríssimo, na relação com o elenco e na blindagem dos jogadores), Cuca precisa ser elogiado e ganhar seus méritos pela classificação à semifinal da Libertadores.
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Durante a semana, depois da derrota para o Flamengo, Cuca fez o que pôde para blindar os jogadores. Evitou que a escalação titular do Santos vazasse, para tentar, de alguma forma, surpreender o adversário Renato Gaúcho. Teve reuniões com os atletas. Mostrou, de todos os jeitos possíveis, a importância dessa classificação.
Não à toa, o técnico comemorou até se jogando no chão quando o Santos fez o quarto gol - ele sabia como foi fundamental.
FONTE:GE.COM