Os preços da gasolina e do etanol em Campos continuam entre os mais altos do país, segundo pesquisa da equipe do Campos 24 Horas em 18 postos, com base nos preços divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás e Energia (ANP). O valor médio do litro da gasolina comum no município está em R$ 5,20, enquanto o etanol fica em torno de R$ 4,20.
Outro dado que deve chamar atenção do consumidor é a diferença significativa nos valores cobrados pelo litro do etanol, que em algumas revendas era vendido a uma diferença de R$ 0,75.
Os preços mais caros da gasolina e do etanol foram registrados nas bombas de um posto de combustíveis próximo ao Shopping Estrada, onde eram comercializados a R$ 5,50 e R$ 4,50, respectivamente.
Os dois combustíveis com preços mais baratos entram encontrados em dois postos na Avenida 28 de Março, no Turfe Clube, onde a gasolina comum era vendida a R$ 5,17, enquanto o etanol custava R$ 3,75.
Mas em São João da Barra o preço é ainda mais caro. Nos postos pesquisados pela reportagem o valor médio da gasolina era comercializado no último sábado a R$ 5,60. O etanol entre R$ 4,30 e R$ 4,60.
Entre os consumidores, as queixas se acumulam. “Está muito difícil. Trabalho com vendas e esses aumentos complicam demais para mim. Eu rodo o dia inteiro, e minhas despesas aumentaram este ano em cerca de 30%, disse o vendedor Edson de Assis.
“Acho tudo isso um absurdo porque aqui produzimos petróleo e temos ainda usinas que produzem o etanol”, lembrou Cristina Borges.
Em outros municípios brasileiros, o custo do preço da gasolina é menor. Em Juiz de Fora, o valor médio da gasolina é de R$ 5,10. Já no município de Joinville (SC), o preço médio da gasolina Joinville está em R$ 4,45.
No Espírito Santo, o Procon-ES constatou que o preço médio do litro da gasolina chega a R$ 4,94 em 42 cidades capixabas. Em Brasília, o preço médio do mesmo produto é de R$ 5,30.
Influenciados pelas cotações internacionais do petróleo e pelo dólar, preços dos combustíveis devem continuar subindo ao longo do ano. No início do mês, a Petrobras anunciou o terceiro reajuste de combustíveis do ano. Na gasolina, alta supera 20%
Existem duas explicações para o aumento e elas estão diretamente ligadas. O primeiro motivo é que, desde o governo Michel Temer (MDB), a Petrobras - que detém 98% da capacidade de refino do país - adota os preços utilizados no mercado internacional para balizar o valor dos combustíveis no Brasil.
A medida, à época, foi justificada nos sucessivos prejuízos que a estatal e detentores de ações da companhia acumulavam ao longo dos últimos anos.
A segunda explicação é a alta no preço do brent de petróleo no mercado internacional em função do reaquecimento econômico mesmo que, ainda, em meio à pandemia. Em abril do ano passado, o brent fechou o mês cotado a US$ 25,27, enquanto que nesta quarta-feira estava na casa dos US$ 64,00. Combinado aos dois fatores, a desvalorização do real perante o dólar contribuí ainda mais para pressionar os preços.
FONTE: CAMPOS 24 HORAS