o. Na ocasião, 13 das 16 cidades do estado ficaram sem energia por mais de 80 horas.
Segundo o relatório, o incêndio em um dos transformadores foi causado por um curto-circuito, que pode ter sido provocado ou por uma falha interna no equipamento ou por uma “coordenação de isolamento inadequada na subestação”.
Essa segunda hipótese assumiria que um raio atingiu a subestação e ela não foi capaz de preservar os transformadores de uma descarga elétrica. Segundo o relatório, chovia muito no momento, com “descargas atmosféricas intensas”. Ainda não há, no entanto, um parecer definitivo sobre o que ocorreu no dia 3 de novembro. Esse parecer, chamado Relatório de Análise de Falha (RAF), será produzido pela empresa concessionária Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), responsável pela subestação.
“[O relatório da LMTE] deve envolver perícias para os equipamentos. Com esses relatórios saberemos o que aconteceu com esses transformadores”, afirmou o diretor-geral da ONS, Luiz Carlos Ciocchi, em entrevista coletiva realizada hoje (7), no Ministério de Minas e Energia (MME). Um laudo preliminar, divulgado pela Polícia Civil em 11 de novembro, havia concluído que o transformador não foi atingido por um raio.
Terceiro transformador
Ciocchi disse ainda que a LMTE devia ter consertado o terceiro transformador, que estava avariado na data do apagão, mas adiou o prazo algumas vezes. “O agente foi informando as prováveis datas de retorno do funcionamento do equipamento e foi postergando. A última data que tivemos foi 4 de novembro [data seguinte ao incêndio na subestação]”, disse Ciocchi.
Ele explicou que o terceiro transformador serviria para entrar em operação apenas se um dos outros dois falhasse. Se ele não estivesse avariado, poderia ter minimizado o problema, mas haveria, ainda assim, alguma queda de energia, já que a subestação precisa de dois transformadores funcionando para suprir a demanda. “Nesse evento perdemos dois transformadores, algo muito raro. Ainda ficaríamos com um transformador e daria pra aguentar 60%, 70% da carga”, disse ele.
Na mesma coletiva, o ministro Bento Albuquerque afirmou que o Amapá não corre mais riscos de ficar sem luz. No momento, o estado conta com a geração emergencial de energia de duas termelétricas e o ministério autorizou a contratação de geradores por até 180 dias. Além disso, o estado receberá ainda este mês um transformador que estava sem uso em Roraima.
“Temos a disponibilidade de 400 megawatts (MW), quando a média [do estado] é 240 MW. Até o natal teremos o terceiro transformador disponível, voltando ao que o planejamento energético já previa para o estado”.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL