Desvalorizada em sua terra natal, atleta de fisiculturismo Laryssa encontra apoio fora do estado
Mesmo sendo um dos maiores nomes do fisiculturismo da região, a atleta Laryssa teve que buscar apoio em outro estado para se preparar para campeonato internacional. Enquanto Bom Jesus do Itabapoana vira as costas, Apiacá, no Espírito Santo, abre os braços.
Publicado em 24/05/2025 13:34
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Nem sempre o talento é suficiente. No Brasil, e especialmente nas pequenas cidades, atletas de ponta muitas vezes enfrentam barreiras que vão além do esforço físico: enfrentam a negligência. É o caso da fisiculturista Laryssa, que, mesmo sendo um dos maiores orgulhos esportivos de Bom Jesus do Itabapoana (RJ), precisou buscar apoio em outro estado para continuar sua preparação rumo a um dos maiores desafios de sua carreira: um campeonato internacional na Itália.

Dona de um físico impressionante e de uma trajetória marcada por superação, Laryssa não encontrou na própria cidade o suporte necessário para se desenvolver como atleta. Em vez de incentivo, esbarrou em portas fechadas, ausência de parcerias e, pior ainda, em uma postura indiferente por parte das principais academias locais.

“Não é só sobre ter equipamentos ou espaço. É sobre reconhecer o esforço de quem representa a cidade. O mínimo que eu esperava era respeito e apoio”, afirma a atleta.

Sem o básico para continuar evoluindo em Bom Jesus, Laryssa foi acolhida na vizinha Apiacá (ES), na Academia XGJM, onde, finalmente, encontrou o ambiente que precisava: estrutura adequada, incentivo moral e apoio técnico. Uma diferença que tem feito toda a diferença.

“Aqui em Apiacá me trataram como atleta desde o primeiro dia. É triste dizer, mas fui mais valorizada fora da minha cidade do que dentro”, desabafa.

A atitude da Academia XGJM não apenas impulsionou sua preparação como também reforçou uma realidade incômoda: Bom Jesus do Itabapoana está desperdiçando o talento que tem em casa. Enquanto o município poderia se orgulhar e investir na imagem de Laryssa, preferiu virar o rosto. Em contraste, Apiacá — uma cidade ainda menor — mostrou que tamanho não define visão.

 

Laryssa agora carrega o nome do Brasil, e, de certa forma, o de Apiacá, rumo à Itália. E quando subir no palco internacional, com o bronze reluzente no corpo e a mente forjada pela luta, será impossível não pensar em tudo que precisou ser deixado para trás para que ela pudesse ir tão longe.

 

A pergunta que fica é: até quando Bom Jesus continuará ignorando seus próprios talentos?

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