Flamengo se despede de 2024 pensando no futuro
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Publicado em 09/12/2024

Não há como ignorar a despedida de um ídolo. Os 13 títulos conquistados em seis anos ilustraram o misto de emoções que tomou conta dos mais de 67 mil pessoas que estiveram presentes no Maracanã no domingo. Mas em meio a tudo isso, havia um jogo para encerrar a temporada.

No último ato de Gabigol com a camisa do Flamengo, o atacante vinha tendo atuação discreta como todo o restante do time. Mas o futebol honra seus ídolos: o camisa 99 conseguiu marcar um gol em sua despedida e ser ovacionado antes, durante e depois a partida.

O empate por 2 a 2 com o Vitória deixou importantes avaliações a serem feitas: o futuro sem Gabigol, a busca por um time consistente e quais lacunas precisam ser preenchidas em um 2025 recheado de competições.

As despedidas geram reflexões: o Flamengo pensa em sua versão 2025, sob comando e assinatura de Filipe Luís, agora sem Gabigol. Será um novo ano. Outra perspectiva. O início da construção de uma nova história, que começará nos Estados Unidos e terá Supercopa do Brasil, Campeonato Carioca, Copa do Brasil, Brasileirão e Mundial de Clubes no calendário.

Jogo emotivo e travado

Emoções deixadas de lado e com Bruno Henrique, Plata e Gabigol como trio de ataque, o Flamengo começou a partida explorando o lado esquerdo e impondo o ritmo de um time que claramente jogava por um objetivo: ajudar Gabriel a marcar em sua despedida. Todos procuravam por Gabigol, que lamentava a cada lance que não funcionava.

Escalação: Rossi; Wesley, David Luiz, Léo Ortiz e Ayrton Lucas; Pulgar, Evertton Araújo e Gerson; Bruno Henrique, Plata e Gabigol.

Muito acionado, o lado esquerdo de Bruno Henrique foi responsável pelas principais tentativas na primeira etapa. Mas foi pela direita que o Flamengo criou a sua melhor chance. Wesley descolocou belo cruzamento para Gabigol, que não conseguiu alcançar a bola de carrinho para abrir o placar.

Pouco tempo depois, o Vitória abriu o placar após um vacilo da defesa do Flamengo. Carlos Eduardo cruzou entre David Luiz e Ayrton Lucas, Alerrandro antecipou Rossi - que saiu do gol - e marcou para o time baiano.

Flamengo seguiu com mais posse de bola, volume de jogo e chances criadas. Apesar disso, não conseguiu impor seu jogo veloz e de trocas de passes rápidos. Mas raras vezes em que conseguiu, assustou a defesa do Vitória, principalmente com Gerson e Plata. Aos 45 minutos, Gabriel saiu da área, abriu espaço e chutou de fora, levando perigo ao goleiro Lucas Arcanjo.

O primeiro tempo terminou 1 a 0 Vitória, mas com o Flamengo somando 61% de posse de bola e dando 10 finalizações (contra apenas quatro do adversário).

Coisas do futebol e a mística de Gabigol

Flamengo voltou para o segundo tempo errando muitos passes no meio de campo e sem conseguir volume ofensivo. Em menos de 10 minutos, Filipe Luís promoveu duas mudanças: De la Cruz e Michael entraram nos lugares de Evertton Araújo e Bruno Henrique.

Mudanças em segundo plano, o futebol tratou de escrever mais um capítulo da história entre Flamengo e Gabigol. Apagado na partida, o camisa 99 recebeu passe de Pulgar - com menção honrosa ao corta-luz de Michael - para tocar na saída do goleiro e empatar o jogo.

O gol mudou completamente o ambiente no Maracanã. Praticamente na sequência, Gabigol recebeu dentro da área e bateu cruzado. A bola tocou na defesa do Vitória. Aproveitando o momento, Filipe Luís mexeu mais uma vez: Luiz Araújo no lugar de Plata.

Aos 29 minutos, no momento de pressão do Flamengo, foi o Vitória que marcou. Janderson aproveitou erro de De la Cruz, passou por Léo Ortiz e acertou belo chute cruzado fora da área. Não demorou para o Flamengo conseguir o empate com Ayrton Lucas, que tabelou com Pulgar e bateu cruzado.

Placar empatado, a emoção voltou a tomar conta do Maracanã. Aos 35 minutos, Gabigol saiu ovacionado de campo pelos torcedores. Beijou o escudo do Flamengo como retribuição do carinho. O ato marcou o fim da relação de seis anos.

Com Varela, Alcaraz e Luiz Araújo em campo, o Flamengo ensaiou uma pressão nos minutos finais. Mas não passou disso. O empate traduziu um pouco da inconsistência do time ao longo da temporada, além de ilustrar os ajustes necessários de um time que evolui aos passos do trabalho de Filipe Luís.

Flamengo deixa 2024 com o título do Carioca e da Copa do Brasil, sob a perspectiva de um trabalho promissor de um novo técnico, sem um dos maiores ídolos da sua história, mas com a certeza de que cada despedida é a chance de um recomeço. 2025 está logo ali - e começará a ser pensado a partir do resultado da eleição, marcada para esta segunta-feira.

 

 

 

 

 

FONTE: GE

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