Embora não esconda que se emocionará com a iminente despedida de Lewis Hamilton da Mercedes, no fim de 2024, o chefe da equipe Toto Wolff revelou que a decisão do piloto não foi bem uma surpresa. Antes do anúncio oficial no fim de janeiro deste ano, o gestor recebeu ligações de Carlos Sainz e Fernando Alonso, que lhe acenderam o sinal de alerta para a saída do veterano.
- Não fiquei nem um pouco chocado. Eu sabia que isso estava acontecendo algumas semanas antes, quando recebi uma ligação de Carlos Sainz (piloto que cederá a vaga na Ferrari para Hamilton) e seu pai. Ele me disse: "Alguma coisa está acontecendo". Naquela mesma tarde recebi ligações de alguns outros pilotos próximos de Charles Leclerc, e Fernando Alonso também. Acho que tudo começou porque Leclerc ficou sabendo disso durante o inverno, e depois seus aliados mais próximos ouviram que havia uma vaga (na Mercedes) - relembrou Wolff, em entrevista ao "The Guardian".
- Há um aspecto emocional porque estamos juntos nessa jornada. Já no aspecto profissional, sempre vejo benefícios na mudança. Isso é muito empolgante - destacou o gestor.
O anúncio oficial feito pela imprensa se deu em 1º de fevereiro, mas Wolff havia sido informado pelo próprio piloto alguns dias antes, na quarta-feira, 31 de janeiro. O que Hamilton não sabia, porém, é que o gestor nutria suas suspeitas pelo contato feito com outros pilotos nos dias anteriores.
Ele chegou a comentar com a esposa, a ex-piloto e diretora da F1 Academy Susie Wolff, que: "Isso estava acontecendo sem que saibamos oficialmente":
- Vi que ele estava sofrendo para me contar. Meu sentimento foi: "Por que (só falar) agora? E quando vamos anunciar isso?” Ele (Hamilton) respondeu: "Bem, isso já está vazando".
Antes de conversar com o heptacampeão, Wolff decidiu procurar uma fonte confiável: Frederic Vasseur, chefe da Ferrari. O gestor enviou uma mensagem ao francês, que nunca foi respondida - ele teve as suspeitas confirmadas pela ausência de retorno. Ainda assim, esperou até que o próprio Hamilton o procurasse.
- (Não o procurei antes porque) eu não queria colocá-lo em uma situação em que tivesse que mentir para mim. Porque, naquele momento, o contrato ainda não estava assinado - deduziu o austríaco.
No livro recém-lançado “Inside Mercedes F1: Life in the Fast Lane”, que dá detalhes da trajetória da equipe nos últimos anos, Wolff revelou certo alívio com a decisão de saída de Hamilton - pois já pensava em como teria que conversar com o piloto sobre seu futuro, devido à idade. Em janeiro de 2024, o veterano completará 40 anos.
A idade do heptacampeão, porém, não pareceu ser um problema para a Ferrari; em julho deste ano, o chefe Vasseur deixou escapar que Hamilton deveria correr pelo time, ao menos, até os 42 anos, em 2027.
FONTE: GE