China e Brasil prosseguem com plano de paz para a Ucrânia apesar da ira de Zelenskiy
Novidades
Publicado em 30/09/2024

China e Brasil prosseguiram na sexta-feira com um esforço para reunir países em desenvolvimento em torno de um plano para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia, apesar do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy ter rejeitado a iniciativa por considerá -la como útil aos interesses de Moscou.

Dezessete países participaram de uma reunião à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, presidida pelo ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e pelo assessor de política externa do Brasil, Celso Amorim.

Wang disse aos repórteres que eles discutiram a necessidade de evitar a escalada da guerra, evitar o uso de armas de destruição em massa e prevenir ataques a usinas nucleares.

"A Rússia e a Ucrânia são vizinhos que não podem ser afastados um do outro e a amizade é a única opção realista", disse Wang, acrescentando que a comunidade internacional deve apoiar uma conferência de paz envolvendo a Rússia e a Ucrânia.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falando mais tarde, após uma reunião com Wang, ressaltou as fortes preocupações dos EUA sobre o apoio da China à base industrial de defesa da Rússia.

Falando aos repórteres, ele disse que a China, embora diga que busca um fim para o conflito na Ucrânia, "está permitindo que suas empresas tomem ações que estão, na verdade, ajudando Putin a continuar a agressão. Isso não faz sentido."

Separadamente, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, discutiu o conflito em Nova York com sua colega brasileira, Maura Vieira, informou o ministério de Lavrov em seu site.

Além do Brasil e da China, 10 países do Sul Global que estavam presentes na reunião de 17 nações, incluindo Indonésia, África do Sul e Turquia, assinaram um comunicado que, segundo Amorim, se baseia em um plano de seis pontos proposto pelo Brasil e pela China em maio.

Os países continuariam a se reunir em Nova York sob um grupo de "amigos pela paz", acrescentou.

O presidente chinês Xi Jinping assinou um acordo de parceria "sem limites" com o presidente russo Vladimir Putin em 2022, menos de três semanas antes de as tropas russas entrarem na Ucrânia.

Pequim diz que não forneceu à Rússia armas para uso na Ucrânia, mas os países ocidentais dizem que suas empresas fornecem materiais que a Rússia usa na fabricação de armas para a guerra.

Zelenskiy, em um discurso à assembleia na quarta-feira, questionou por que a China e o Brasil estavam propondo uma alternativa à sua própria fórmula de paz.

Propor "alternativas, planos de solução pouco entusiasmados, os chamados conjuntos de princípios" só daria a Moscou o espaço político para continuar a guerra, disse ele.

Questionado sobre o comentário de Zelenskiy, Amorim disse à Reuters: "Não estou aqui para responder nem a Zelenskiy nem a Putin, apenas para propor um caminho para a paz".

 

 

 

 

FONTE: REUTERS

Comentários
Comentário enviado com sucesso!