Quem apostou na continuidade de uma relação conflituosa entre o novo presidente da Câmara Municipal de Campos, Marquinhos Bacellar (SD), e o prefeito Wladimir Garotinho (sem partido) e seu vice Frederico Paes, em 2023, perdeu a aposta. Na solenidade de posse de Bacellar na presidência da Casa de leis, nesta segunda-feira (02), o tom predominante foi de reconciliação entre os dois principais grupos da política campista. Não faltaram declarações mútuas de respeito e compromisso com Campos de ambos os lados, tanto por parte do prefeito quanto do novo presidente do Legislativo, assim como o deputado estadual Rodrigo Bacellar (SD). Os três qualificaram a solenidade de "dia histórico".
— Nunca a gente vai viver em harmonia em plena, isso é hipocrisia. Se em casa a gente briga com filho, esposa, pai e mãe, é humanamente impossível viver num ambiente de política sem atritos. Mas gente precisa aprender, querido amigo Wladimir, que os atritos tem limite. A gente precisa aprender isso. Campos tem que continuar avançar e crescer. Minha relação com Wladimir era sempre de respeito e companheirismo. A gente fazia shows juntos, vocês eram sócios, meu irmão Nelsinho, junto com Helinho, vocês eram sócios. A gente se encontava e, às vezes, brincávamos assim: “Deixa nossos pais saírem na porrada pra lá e a gente vai tocando nossa vida prá cá” — disse Rodrigo Bacellar.
Wladimir também acenou para o armistício. “A mensagem que trago aqui é também de harmonia. Estamos aqui num dia realmente histórico. Quando ao deputado Rodrigo Bacellar, somos amigos há muito tempo, sim. Pelo calor da política andamos afastados, mas é sempre bom voltar a falar com o grande amigo e produzir juntos para o bem de Campos e do nosso povo”, contou o prefeito.
— Os poderes são independentes e precisam trabalhar de maneira harmônica. Já combinamos, eu e Marquinho, para que a gente faça pautas antecipadas importantes a fim de que cada vereador possa aqui estudar os projetos que encaminharemos para cá. Pedi também a ele para seja recíproco com os projetos elaborados pela Câmara a fim de que a gente converse antes para que possamos afinar os detalhes — declarou ainda Wladimir.
Wladimir ponderou que “as divergências são parte do jogo democrático, mas através do diálogo, as pessoas podem superar as diferenças, a fim de se chegar ao entendimento e produzirmos para o bem de todos”.
Ao se dirigir à plateia, onde estava o ex-vereador Marcos Bacellar (ex-presidente da Câmara), pai de Rodrigo e Marquinho, adversário ferrenho do ex-governador Anthony Garotinho, pai de Wladimir, o prefeito anunciou que se depender dele o confronto está enterrado: “Talvez todo esse ânimo entre nós tenha começado das diferenças entre o senhor e meu pai na disputa política, o que é normal e saudável, mas se depender de mim isso acaba hoje”.
O vice-presidente Frederico Paes (MDB) igualmente falou sobre a necessidade de superação de "disputas que não tem sentido". "Meu pai foi presidente desta Casa por duas gestões e me disse um dia que tinha muito orgulho de ser vereador e presidido também esta Casa. A casa legislativa existe para fiscalizar o Executivo. Não podemos ter mais uma disputa por nada que não faz sentido algum.
FÁBIO - Fábio Ribeiro (PSD), que deixa a presidência do Legislativo, elogiou a ascensão de Marquinhos Bacellar e ressaltou a qualidade dos 25 vereadores. “Tive a honra de ser presidente deste seleto grupo. Cada qual defende sua ideologia ou o posicionamento de seu grupo, mas são vereadores trabalhadores eleitos pelo povo e que lutam pelo seu povo. Vossa excelência, Marquinho, está muito bem acompanhado destes 24 vereadores.
— Acompanhei a trajetória do vereador Marquinho Bacellar aqui na Câmara, sempre a cada dia crescendo mais, com posições firmes naquilo que Vossa Excelência acredita. Fica a certeza de que sua gestão neste próximo biênio será de grande sucesso e melhorias para o povo de Campos. Muita luz e paz.
FONTE: CAMPOS 24 HORAS