Vini Jr. fez Tite rever sistema da Seleção às vésperas da Copa
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Publicado em 09/12/2022

Em setembro, Tite dizia sobre a possibilidade de manter a formação mais ofensiva, com seu quinteto vertical com Lucas Paquetá um pouco mais recuado, Raphinha, Vini Jr, Neymar e Richarlison:

“A utilização de uma ou outra forma (de jogo), vamos estudar dependendo do jogo. A Seleção está se consolidando cada vez mais com a passagem que essas duas formas são equilibradas. Lembra que vocês comentaram lá atrás de um time ofensivo? Mas foi um time equilibrado."

A declaração tinha contexto do jogo contra Gana, quando Tite escalou Vini Jr pela sexta oportunidade como titular nas nove últimas partidas, desde que foi convocado novamente em novembro de 2021. Hoje parece impossível imaginar Vinicius fora dos 11 iniciais, mas apenas um ano atrás ele era chamado para substituir o lesionado Roberto Firmino - Vini foi para os jogos das Eliminatórias contra a Colômbia, em São Paulo, e Argentina, em San Juan.

seleção brasileira enfrenta a Croácia na próxima sexta-feira, às 12h (de Brasília), no estádio Cidade da Educação, pelas quartas de final da Copa do Mundo, com três jogadores ainda pendurados.

Por mais que ainda haja variações táticas dentro da estratégia da Seleção, foi possível notar de vez que Vinicius "dobrava" a rigidez do sistema de Tite ainda nos treinos em Turim. Na Itália, o treinador usou a formação que iniciaria a Copa com o ponta.

Vinicius já tinha outro status no futebol mundial - oitavo melhor do mundo no prêmio da Fifa, autor de gol de título europeu e com nova temporada brilhante no Real - e era impossível ignorar o que se previa e hoje se confirma no Catar.

– Eu acredito que foi um processo normal. A comissão e o professor foram me dando argumentos de onde eu precisava melhorar para chegar no meu melhor nível e ser titular da Seleção. É complicado, tem muitos jogadores, o professor tem muitas opções. Cada vez que eu vinha para a Seleção eu voltava com algo que faltava para ser titular da posição – disse Vini, na quarta, em entrevista coletiva.

Vinicius participou de cinco dos sete gols da Seleção na Copa – ele fez um, deu duas assistências diretas (para Richarlison e Paquetá), mais um chute que gerou rebote para gol de Richarlison, além de preparar a jogada que terminou em triangulação com Rodrygo para golaço de Casemiro contra a Suíça. O protagonismo ficou evidente, a ponto de o técnico da Croácia citá-lo como representante do perigo do Brasil, ao lado de Neymar.

Mas é claro que não é só a participação ofensiva de Vinicius que o garante na equipe. Lembra do tal equilíbrio ao qual se referiu Tite? Vini tem sido fundamental também nesse aspecto. Há um bom tempo ele exibe no Real Madrid a capacidade de correr para trás e fazer papel quase perfeito de marcador pelo seu corredor. De pressionar o rival assim que seu time perde a bola.

Ele, Raphinha - destaques em índices defensivos do Brasil, como mostra outra reportagem do ge - e Richarlison equilibram a marcação com muita entrega. O relatório da Fifa mostra que eles estão no top 3 e top 4 em pressões diretas e indiretas no time do Brasil.

A dedicação do trio, os treinos e o tempo provocaram ajustes no 4-4-2 de Tite sem a bola para colocar Lucas Paquetá melhor posicionado ao lado de Casemiro. Antes ele caía pela esquerda, no "espaço" de Vinicius, com outra característica, ou até mesmo ficava mais à frente, com Neymar de falso 9.

Repare nos números abaixo:

Quem mais corre acima de 25 km/h na Seleção?

  • Em primeiro, Vini, com 1.338,7 metros;
  • Em segundo, Raphinha, com 1.172,1 metros;
  • Em terceiro, Richarlison, com 916 metros.

Quem mais corre entre 20 a 25 km/h na Seleção?

  • Em primeiro, Raphinha, com 2.994 metros;
  • Em segundo, Richarlison, com 2.439 metros;
  • Em terceiro, Vini, com 1.861 metros.

Ao reflexo desses números que mostram a capacidade de ações em alta velocidade seja para criar, seja para desarmar, se adiciona o novo posicionamento de Paquetá. Contando as partidas contra Sérvia e Coreia, o jogador do West Ham soma apenas cinco jogos mais recuado - atuou assim antes no 2º tempo contra Venezuela e Colômbia nas Eliminatórias e diante de Gana.

Contra a Croácia, Tite vai ter o maior desafio da Copa. Enfrenta a atual vice-campeã mundial. Uma geração mais envelhecida, mas muito experimentada. O Brasil com seu ataque leve vai para cima, mas terá que cuidar dos espaços que Modric e companhia tentarão explorar. Com Vinicius inspirado, a Seleção tem outra cara em busca do hexacampeonato.

 

 

FONTE: GE.COM

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