Investigações identificaram um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para resgatar Marco Willians Herba Camacho, o Marcola, quando o líder da facção criminosa ainda estava detido no presídio federal de Brasília.
O trabalho investigativo foi realizada pela Policia Federal junto com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), e concluiu que o PCC iria utilizar uma tática semelhante a do chamado “novo cangaço”, com um grande ataque utilizando fuzis e explosivos.
Quais os planos?
Os planos da organização criminosa que domina o tráfico de drogas em São Paulo e que atua em outras cidades do país foram frustrados em março desse ano, com a transferência de Marcola para o Presídio Federal de Porto Velho, em Rondônia. A tática planejada envolveria ao menos 30 pessoas carregando armamento pesado, com veículos blindados, explosivos e drones, para eventual enfrentamento direto com as forças de segurança.
O método se espelha nas ações de assaltos a instituições financeiras realizadas pelo chamado “novo cangaço” principalmente no Nordeste, desde os anos 1990, mas a PF considera que o planejamento do PCC seria um avanço ainda mais perigoso e planejado. De acordo com a investigação, o plano incluía a explosão de veículos nos arredores do presídio em Brasília para dificultar o acesso, e o possível sequestro de servidores públicos federais para serem usados como moeda de troca pela liberdade de Marcola.
Essa não seria a primeira vez que esse tipo de tática seria utilizada em presídios brasileiros: em 2017, 28 detentos fugiram da Penitenciária Estadual de Piraquara, no Paraná, após uma bomba abrir um buraco em uma parede. No ano seguinte, na Penitenciária de Segurança Máxima Romeu Gonçalves Abrantes, em João Pessoa, na Paraíba, 20 homens armados em 4 veículos explodiram os portões da unidade para libertar mais de 100 presos. Em 2020, a explosão de um muro permitiu a fuga de 27 detentos da Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, na cidade pernambucana de Limoeiro.
Nos diversos processos que enfrentou, Marcola já foi condenado a um total de 342 anos de prisão: em 2022, ele recebeu uma pena de 12 anos por associação à organização criminosa. De acordo com especialistas, a presença do criminoso em presídios influenciou a formação de novas organizações que também seriam responsáveis pelos grandes assaltos recentes. Em audiência recente, Marcola negou liderar o PCC, e afirmou estar “marcado para morrer”.
FONTE: MSN.COM