O escândalo dos gastos de mais de R$ 200 milhões em contratações para programas sociais criados pelo governo estadual na Fundação Ceperj (Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas do Estado do Rio de Janeiro) com o envolvimento de assessores, parentes e cabos eleitorais de vereadores de Campos repercute na política local. Na Câmara Municipal, a bancada da oposição acusou o golpe nas últimas duas sessões em que os vereadores suseitos de envolvimento nas denúncias ocuparam seu espaço para dar explicações sobre o episódio. A expectativa no governo Wladimir, de acordo com fontes do Campos 4 Horas, é de que esta maioria apertada de 13 contra 12 vereadores favorável a oposição possa ser revertida. O certo é que o episódio serviu para arrefecer os ânimos e ímpetos da oposição em desferir as costumeiras críticas contra o governo, que agora conta com munição para gastar contra os adversários. O governo Wladimir também se fortalece em função também do avanço da sequência de obras e realizações.
Na última quarta-feira, em entrevista ao Radar 24 Horas, nas plataformas digitais do site Campos 24 Horas, o secretário municipal de Governo, Ângelo Rafael, disse ter expectativa de que o governo possa superar as dificuldades na Câmara ainda este ano. “Independentemente de qualquer circunstância, o governo sempre esteve aberto ao diálogo com aqueles que desejam ver o crescimento e desenvolvimento do município. Esperamos, sim, reverter esta maioria apertada na Câmara”.
INVESTIGAÇÃO E VEREADORES- O caso está sendo investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Em Campos, cinco vereadores da oposição tiveram assessores ou parentes contratados no esquema Cerderj. A principal acusação é de que os contratados eram 'fantasmas', ou seja, recebiam sem trabalhar.
O pagamento era feito na boca do caixa na agência 65 do Bradesco em Campos, no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, que chegou a ter um dia de saques a cada 43 segundos. O dia com maior valor de saques foi 7 de julho, onde foram sacados R$ 1,6 milhão em 505 operações. O valor mais alto foi retirado por 19 pessoas, um total de R$ 212 mil (leia mais abaixo)
GENTE DE OUTROS ESTADOS – Na sexta-feira (12) uma estranha novidade foi adicionada aos capítulos do escândalo das contratações. Uma comissão especial criada pelo governo do Rio para auditar os convênios e contratações da Fundação Ceperj identificou ao menos 300 pessoas que constam na folha de pagamento da instituição e que, ao mesmo tempo, têm vínculos com outros órgãos estaduais.
A Ceperj é investigada por um suposto esquema envolvendo uma "folha de pagamento secreta" com mais de 18 mil cargos, com pagamentos feitos na boca do caixa. Os pagamentos somam R$ 220 milhões e são cercados de denúncias de rachadinha (desvio de salários) e contratações fictícias.
O caso virou munição para adversários do governador Cláudio Castro (PL) na corrida pela reeleição. O governador nega que haja "fantasmas" na administração pública.
O primeiro passo da comissão foi enviar requerimentos para que os favorecidos demonstrem a regularidade da prestação de serviços. O grupo foi identificado com base em cruzamento de dados da folha de pagamentos da Ceperj com a de outros órgãos do governo. Todos os funcionários identificados terão até cinco dias úteis para responder.
Os funcionários identificados terão de apresentar documentos que comprovem se houve compatibilidade de carga horária do cargo e da função exercida na Ceperj. Caso seja constatada alguma irregularidade, o servidor poderá responder a processo administrativo disciplinar (PAD) no seu cargo de origem. Na próxima semana, a comissão apresentará o relatório preliminar de auditoria de 15 dias de atuação.
FONTE: CAMPOS 24 HORAS